Com peças de 40 designers, incluindo Karl Lagerfeld e Yohji Yamamoto, a exposição pretende mostrar como a arte inspira a moda
Moda está para a arte, assim como o Rock’n’Roll está para Rosetta Atkins Tharpe Morrison; é por isso que fica difícil de imaginar uma sem a outra. Porém, por mais óbvio que pareça, é de espantar que o Museu do Louvre vai receber pela primeira vez em 231 anos, uma exposição focada na história da moda.
Ainda sem título, o museu vai receber uma exposição que vai recontar como objetos do Império Bizantino continuam impulsionando a criatividade de diversos estilistas. Estamos falando de artefatos com nada menos que 12 séculos, como objetos de bronze, cerâmica, vidro, tapeçarias, pratarias e armaduras, que estarão ao lado de criações que vão da italiana Dolce & Gabbana ao japonês Yohji Yamamoto, passando por uma série de looks da alta-costura e das coleções Métiers d’Art da Chanel com a assinatura de Karl Lagerfeld – que era um visitante assíduo do Louvre.
Como o museu não possui um acervo de moda e a coleção de moda da França pertence a Les Arts Décoratifs, as peças serão emprestadas por designers e marcas, vindo da Itália, Reino Unido, Estados Unidos e da própria França.
Em entrevista ao WWD, Oliver Gabet, diretor do departamento de artes decorativas do Museu do Louvre, disse que a exposição tem como objetivo “entender de que forma os museus podem ser importantes para estilistas de moda e como seus acervos, especialmente no Louvre, podem nutrir e inspirar as coleções”.
A exposição deve ficar em cartaz entre 24 de janeiro e 21 de julho, apresentando 65 trajes e 30 acessórios em um ambiente de mais de 900 m². Impulsionada ou não pelos jogos olímpicos de Paris, que trouxe recentemente os olhos do mundo para a cidade luz, essa exposição será uma forma de reconectar a moda com as novas demandas da sociedade. “Atualmente, penso que a moda é ainda mais interessante quando é aparece conectada com outras áreas”, disse Gabet.
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